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domingo, 20 de março de 2011

HISTÓRIA DOS PRETO VELHOS



As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma. Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França. Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros: Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos. No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.XVIII. Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e minas e malês. A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.




Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos! Em anos! Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": Pau, Pano e Pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum). Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea. A Legião de espíritos chamados "Pretos-Velhos" foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África. Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.



Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião. Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.

ALGUNS NOMES DE PRETOS VELHOS:

Pai Anacleto, Pai Antônio, Vovô Agripino, Pai Benedito, Pai Benguela, Pai Caetano, Pai Cipriano, Pai Congo, Pai Dindó, Pai Fabrício das Almas, Pai(Vovô) Firmino D'Angola, Pai Francisco, Pai Gregório, Pai Guiné, Vovô Gumercindo, Pai Jacó, Vovô Jeremias, Pai Jerônimo, Pai João, Pai João Baiano, Pai Joaquim, Pai Jobá, Pai Jobim, Pai José D'Angola, Pai Julião, Vovô Jurandir, Pai Malaquias, Pai Mané, Pai Miguel D'Arruda, Pai Roberto, Pai Serafim, Pai Serapião, Pai Severino, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Zé.
Vovó Acácia, Vovó Ana, Vovó Anastácia, Vovó Cambinda (ou Cambina), Vovó Filó, Vovó Carolina, Tia Chica, Vó Ditinha, Vovó Barbina, Mãe Benedita, Mãe Cassiana, Vovó Francisca, Vovó Luíza, Vovó Maria Conga, Mãe Maria D'Aguine, Vovó Manuela, Vovó Chica, Vovó Ana, Tia Joana, Vovó Maria, Vovó Maria Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita, Mãe Terezinha D'Angola, Tia Zefinha
Obs: Normalmente os Pretos Velhos tratados por Vovô ou Vovó são mais velhos do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tio ou Tia.

Breve História de Pai Firmino



“É Congo, é congo, é congo, é congo, é congo Ê.
Gira na linha de congo ô lelé, trabalha que eu quero vê.
Pai Firmino é preto do congo, do congo, congo ê.
Trabalha na linha de congo, meu preto,
trabalha que eu quero vê”

Pai Firmino tem sua linhagem nos negros do Congo e Angola que vieram para o Brasil.
Viveu na Bahia, em Ilhéus, trabalhou na lavoura do café. Era negro arredio, não gostava de receber ordens. Desde muito jovem sempre tentava fugir. Sofreu muito. Andou muito, seus pés eram grandes e inchados de tanto que corria, andava e fugia pelo interior da Bahia, chegando em Itabuna. Ainda jovem foi trazido para Pernambuco, trabalhando no canavial de sol a sol. Se o tronco e a chibata do feitor não resolvesse, a palha da cana se encarregava do resto. Foi aí que negro aprendeu que não adiantava a revolta, ela piorava ainda mais as coisas. Aprendeu a usar sua energia de negro valente na defesa de seu povo que com que ele vivia no Engenho. Ensinava ao povo a servir, contendo seus impulsos e a reverenciar os Orixás através das forças da natureza. Conhecia muitas ervas durante suas andanças e magias. Gostava de garapa de cana, vinho moscatel, tutu com carne de sol. Morreu jovem, com 75 anos.

Sou Negro!


Sou Negro!
Sou Negro sim!
Trago comigo a voz da liberdade!
A liberdade que embora tardia ecoou nos quatro cantos do Brasil!
Trago comigo o cântico da esperança, o cântico da renovação!
Sou Firmino! Sou do Congo!
Sou neto de majestade; herdeiro de minha raça!
Sou o preto da senzala que com muito orgulho abrigou minhas raízes!
Sou Pai de muitos e o irmão de todos, mas na verdade também sou filho, filho de Olorum, Filho de Zambi, embalado nos braços de Pai Oxalá!
Sou terreiro, sou templo, sou senzala!
Sou o anistiado pelo amor!
Sou Fimino, o preto do Congo que quer ensinar aos filhos de fé a caminharem incessantemente na busca de paz!
Sou negro!
Sou negro sim!
Trago comigo a voz da liberdade!
A liberdade que embora tardia ecoou nos quatro cantos do Brasil!
Trago comigo o cântico da esperança, o cântico da renovação!
Sou Firmino! Sou do Congo!
Naruê meu Pai!
Patacori Ogum!
Ogunhê!!!

Pai Firmino do Congo
por Mãe Luzia Nascimento
Dirigente do Centro Espiritualista Luz de Aruanda
Terreiro Filiado ao Centro Esppiritualista Caboclo Pery

sábado, 12 de março de 2011

RECEITAS TRADICIONAIS


BANHO DE PROTEÇÃO PENA BRANCA (utilizado no Caribe)
4 litros de água,
Um pouco de erva cidreira,
Um pouco alfavaca,
Algumas pétalas de rosa branca.
Ferver as ervas, esperar esfriar um pouco e acrescentar as pétalas.
Acender uma vela verde antes do banho.

ÁGUA DE PENA BRANCA PARA PURIFICAR A RESIDÊNCIA (receita da Obeah).
1 litro de água mineral,
Um pouco de erva cidreira,
Um pouco de arruda,
Um pouco de verbena,
Sete gotas de essência de almíscar.
Misturar as ervas e ferver.  Deixar esfriar e adicionar a essência.
Acender uma vela verde e pedir a Pena Branca para benzer a água.
Depois que a vela acabar, borrifar os cantos da casa, cama e objetos pessoais.

VELA MÁGICA DE PENA BRANCA PARA TRAZER PAZ (receita do culto Maria Lionza).
Uma vela de sete dias branca,
Um pouco de melaço de cana,
Um pouco de açúcar cândi,
Sete cravos-da-índia,
Sete gotas de essência de rosas,
Sete gotas de essência de verbena.
Misturar em um prato o melaço, açúcar e as essências.  Untar a vela (mas não o pavio) e espetar os cravos nela, formando uma cruz (pode fazer os furinhos com a ajuda de um prego fino).  A vela deve estar sem a capa de plástico.  Acender a vela e pedir a ajuda  deste caboclo.

ORAÇÃO A SEU PENA BRANCA (rezada no Caribe)


Em nome de Deus Todo Poderoso,
Eu  invoco o grande Pena Branca,
fiel espírito índio, grande herói,
zelador de meu altar e morada.
A você que me guia e conhece minhas necessidades,
peço proteção e luz.
Livra-me de toda má intenção e inimigos, ocultos ou manifestados.
Vigia meus caminhos e que nenhum feiticeiro ou bruxo malvado,
possa cruzar comigo.
Grande espírito, te ofereço esta vela (acender uma vela verde) e chamo seu nome.
Amém !

CABOCLO PENA BRANCA


CABOCLO PENA BRANCA – O IRMÃO UNIVERSAL

UM CABOCLO SEM FRONTEIRAS

Por Ras Adeagbo.penaBranca
Em 1929, o poderoso cacique Pena Branca, líder dos índios Yaqui do México, liderou uma  revolta contra a opressão e a injustiça que vitimavam o seu povo.  Desde este momento, nas terras americanas, o mito desta grande entidade nasceu.  Pena Branca é hoje um símbolo de liberdade, autenticidade e fraternidade.
Entrando em contato com muitos irmãos de cultos afro-indígenas do México, Caribe e Estados Unidos, fiz esta pergunta a mim mesmo :
-”Será nosso Caboclo Pena Branca, esta mesma entidade ou um representante dela ? “ 
Certa vez, perguntei ao irmão Alberto Salinas, curandeiro e médium de uma tradição espiritualista mexicana, quais as principais entidades que incorporavam em seu templo. O primeiro nome que ouvi foi : Pena Branca.  Em seguida, comentei que no Brasil, também incorporava um índio do mesmo nome.  Ele não se surpreendeu e disse que outros “penas” também frequentavam sua sessão de cura, nada impedindo que fossem as mesmas entidades. 
Longe dali, no Caribe, existe uma religião chamada de Vinte e Uma Divisões (ou Vinte e Uma Linhas) que é muito parecida com a nossa amada Umbanda.  Nos terreiros deste culto, trabalham destemidos espíritos de índios, pretos velhos, exus (ali chamados de candelos) e outros espíritos familiares.  Na Linha de Índio Bravo, uma das Vinte e Uma Linhas, encontramos também nosso velho amigo : Pena Branca !
Ali ele baixa, firme e elegante, dando brados e vivas imponentes.  Com ele, também incorporam Águia Branca, Índio da Paz e outros “penas” :  Pena Azul, Pena Negra, Pena Amarela, etc…    Coincidência ?
Nos estados sulistas dos Estados Unidos, existem algumas igrejas espíritas…. Coisa bem diferente, pois por fora parece um templo evangélico e por dentro um terreiro.  Os pastores são médiuns e bem íntimos com as manifestações do Mundo Invisível.
O espírito principal que chefia estas igrejas, as vezes chamadas de Igrejas Espiritualistas Africanas, é o Chefe Índio Falcão Negro. 
Quando o Chefe Falcão se manifesta, ele puxa outros companheiros das aldeias do astral, como Nuvem Vermelha, Águia Negra (nomes de chefes indígenas que existiram) e entre eles está : Pena Branca !  Mais coincidência ?
Algumas fraternidades esotéricas americanas, que cultuam os Mestres Ascencionados como Saint Germain, El Morya e outros bem conhecidos da Nova Era, conhecem um belo Mestre curador.  Ele aparece como um índio banhado em branca e luminosa luz, dando sábios conselhos e mensagens (veja uma imagem dele aqui reproduzida).  Seu nome ?  Mestre Pena Branca.  Olha ele aqui de novo….
Em algumas ilhas do Caribe existe um culto chamado Obeah, de origem africana.  Dentro dele são celebrados os mistérios dos espíritos de origem indígena taino, etnia local.  Existem muitas entidades indígenas, a maioria com comportamento muito arredio e nomes de animais, como Cobra Verde, Pantera Negra, Jaguar Dourado e etc…
Quando incorpora a Falange do Povo Alado, simbolizada pelos pássaros e morcegos, um deles tem um destaque especial.  Este espírito se apresenta sério, compenetrado, usa tabaco fortíssimo e uma pena branca na cabeça.  Como é chamado ?  Índio Pena Branca.  Pois então, novamente o encontramos.
Na Venezuela existe um culto belíssimo, semelhante em tudo com a Umbanda de nossa terra. Tem caboclo, preto velho, exu, marinheiro, Orixás e tudo de bom.  É a tradição de Maria Lionza, a Rainha Mãe da Natureza. 
Na Linha Índia, comandada pelo famoso espírito do Cacique Gaicaipuro, incorporam centenas de caboclos venezuelanos e americanos.  Eles trabalham com pemba, bebidas diversas, água, cocares, maracás e todo o aparato ameríndio.  Chegam bradando e saudando o povo, que procura semanalmente os irmandades em busca de alívio, socorro material e espiritual.
Certo dia em Bonaire, uma ilhazinha perto da Venezuela, eu participava de um culto de Lionza.  Perto do congá, estava um rapaz incorporado com um caboclo. Atento, o índio ouvia pacientemente uma velha senhora e a limpava com um maço de ervas perfumadas.  A senhora chorava muito e tremia.  No final da sessão, o semblante dela havia mudado.  Feliz, ela sentou-se no banco da assistência e orava agradecida.
Curioso, eu me aproximei e perguntei o nome da entidade que a atendeu.  A velha irmã respondeu com reverência.  Adivinhem o nome do caboclo.  Ele mesmo, o grande índio Pena Branca !
O tempo passou e a pergunta ainda batia dentro da minha cabeça. Será que é o mesmo Pena Branca ?  Terá este caboclo conhecido da Umbanda viajado tanto assim ?  Afinal, ele é mexicano, americano ou brasileiro ?   Quem, afinal, nasceu primeiro, o Pena Branca daqui ou de lá ?  Inquietações de um pesquisador, pois os afilhados e médiuns de Pena Branca não ficam, creio eu, tão preocupados com a sua origem.
Uma bela noite, em um modesto e tranquilo terreiro umbandista do interior paulista, acontecia uma gira de caboclo.
A líder do terreiro abriu o trabalho e incorporou. Seu Pena Branca estava em terra, em todo o seu esplendor e força.
Fiquei atento, lembrei-me do Caribe e pensava em tudo isso que agora escrevo aqui. 
O caboclo Pena Branca riscou seu ponto, pediu um charuto, deu algumas ordens ao cambono e olhou para onde eu estava.  Senti uma estranha energia percorrer minha espinha.  Ele continuou olhando e acenou.  Me levantei e acenei de volta.
Foi então que ele falou :
- Filho, era eu, lembra ?  Tem aí um maço de ervas bem cheiroso para mim ?
Salve Seu Pena Branca !

OGUM YARA ,OGUM DA LUA NOVA 3 PONTOS EM UM VIDEO

caboclo pena branca é um caboclo rico

Ponto de Preto -Velho Pai Francisco

A lenda das Sereias

IEMANJA , Sereia du mar

Clipe Iemanjá - Chimarruts

Oxum Minha Mãe - De Oxum

Atoto baluaê

Caboclo 7 Flechas

Canto a Oxala

canto de oxum maria bethania