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domingo, 3 de outubro de 2010

MEDIUNIDADE

O médium na Umbanda é chamado de "Cavalo" porque o espírito toma seu mental e também o corpo, diferente do Kardecismo que o espírito toma só o mental do médium.

COM O ESPÍRITO INCORPORADO
Sempre digo que o Kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na Umbanda ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção. Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o Orixá, sentido toda a sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Difícilmente u médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo mas não tem o controle das palavras e dos gestos. É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se  uma terceira energia. É impossível a comunicação pura com o espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu "Cavalo" escolhido. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade:

  • não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; 
  • não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade;
  • não tentar dar avisos e recomendações a ninguém;
  • não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é só seu, porque espírito não tem dono.

  1. É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade sabendo das dificuldades de seu "Cavalo" tenta de todas as formas facilitar a incorporação.
  2. É fundamental ao médium confiar no dirigentes do terreiro. Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando. Na Umbanda os médiuns mais comuns são os de incorporação e os de intuição.

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