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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Allan Kardec



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Hippolyte Léon Denizard Rivail, ou simplesmente Allan Kardec, foi o codificador da Doutrina Espírita.
Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.
Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdun, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados.
Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração.
Era membro de diversas sociedades, entre as quais da Academia Real de Arras, que, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?
A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet.
Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país.
Publicou diversas obras sobre Educação.
Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a freqüentar reuniões em que tais fenômenos se produziam.
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos científico, filosófico e religioso, com o objetivo de lançar sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do Homem. Adotou, nessa tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido – Allan Kardec – nome esse, segundo o que teria lhe dito um espírito, que teria utilizado em uma encarnação anterior como Druida.
Tendo iniciado a publicação das obras da Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos simpatizantes, e defendê-lo dos opositores.
Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos de idad, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Sobre seu túmulo, erguido como os dólmens druídicos, lê-se a inscrição: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei".


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Em seu sepultamento, o astrônomo francês e amigo pessoal de Kardec, Camille Flammarion, proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo:
Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra... Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (...) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!"(Discurso pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec por Camille Flammarion.)

                       Allan Kardec e os Espíritos 
Em 1855, Hippolyte Léon Denizard Rivail, professor francês de aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, foi convidado por um amigo seu a ver de perto estas manifestações que ocorriam nos salões da capital francesa. Rivail era discípulo de Pestalozzi, chamado de pai da pedagogia moderna, e casado com Amélie Gabrielle Boudet. Nascido em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, já ouvira sobre o assunto das mesas girantes e não entendia bem o que estava acontecendo. Homem criterioso, Rivail não se deixava levar por modismos e como estudioso do magnetismo humano acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual.
O professor então participou de algumas sessões, e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes.
Rivail presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra. Foi então, que uma das mensagens foi dirigida ao professor. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina .
Atento aos dizeres do Espírito, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida.
O Espírito de Verdade disse-lhe ser de uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a promessa de Jesus, no Evangelho de João, capítulo XIV; versículos 15 a 26: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".
Através dos Espíritos, Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores foi um sacerdote druida, de nome Allan Kardec.
Foi então que resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da nova doutrina, que viria a se chamar Doutrina Espírita ou Espiritismo. Kardec assim procedeu para que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador, quem estivesse divulgando. Mas sim, que todos os que tivessem contato com a boa nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse.


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                                   A Codificação

A partir daí foram 14 anos de organização da Doutrina Espírita. No início, para receber dos Espíritos as respostas sobre os objetivos de suas comunicações e os novos ensinamentos, Kardec utilizou um novo mecanismo, a chamada cesta-pião: um tipo de cesta que tinha em seu centro um lápis. Nas bordas das cestas, os médiuns, pessoas com capacidade de receber mais ostensivamente a influência dos Espíritos, colocavam suas mãos, e através de movimentos involuntários, as frases-respostas iam se formando. Julie e Caroline Baudin, duas adolescentes de 14 e 16 anos respectivamente, foram as médiuns mais utilizadas por Kardec no início.
Com o decorrer do tempo, a cesta-pião foi dando lugar à utilização das próprias mãos dos médiuns, fenômeno que ficou conhecido como psicografia.
Todas as perguntas e respostas feitas por Kardec aos Espíritos eram revisadas e analisadas várias vezes, dentro do bom senso necessário para tal. As mesmas perguntas respondidas pelos Espíritos através das médiuns eram submetidas a outros médiuns, em várias partes da Europa e América. Assim, o codificador viajou por cerca de 20 cidades. Isso para que as colocações dos Espíritos tivessem a credibilidade necessária, pois estes médiuns não mantinham contato entre eles, somente com Kardec.
Este controle rígido de tudo o que vinha de informações do mundo espiritual ficou conhecido por "Controle Universal dos Espíritos". Disto, estabeleceu-se dentro da Doutrina Espírita que qualquer informação vinda do plano espiritual só terá validade para o Espiritismo se for constatada em vários lugares, através de diversos médiuns, que não mantenham contato entre si. Fora isso, toda comunicação espiritual será uma opinião particular do Espírito comunicante.
Com todo um esquema coerentemente montado, Allan Kardec preparou o lançamento das cinco Obras Básicas da Doutrina Espírita, a Codificação, tendo início em 
1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos". Estes livros contêm toda a teoria e prática da doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo espiritual e sua constante influenciação sobre o mundo material.
Durante a codificação, Kardec lançou um periódico mensal chamado "Revista Espírita", em 1858. Nele, comentava notícias, fenômenos mediúnicos e informava aos adeptos da nova doutrina o crescimento da mesma e sua divulgação. Servia várias vezes como fórum de debates doutrinários, entre partidários e contrários ao Espiritismo. A Revista Espírita foi a semente da imprensa doutrinária.
No mesmo ano, Kardec viria a fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Constituída legalmente, a entidade passou a ser a sociedade central do Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos.
Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Sua persistência e estudo constantes foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos ensinos doEspírito de Verdade.
  
    Resumo das Obras Básicas da Doutrina Espírita descrita por Allan Kardec
1.       O Livro dos Espíritos: lançado por Allan Kardec em 1857, é o principal livro da Doutrina Espírita. Podemos chamá-lo de espinha dorsal, pois sustenta todas as outras obras doutrinárias. Divide-se em quatro partes: "As causas primárias"; "Mundo espírita ou dos Espíritos"; "As leis morais"; e "Esperanças e consolações". É composto de 1018 perguntas feitas por Kardec aos Espíritos superiores responsáveis pela vinda do Espiritismo aos homens. O que é Deus? De onde viemos? Para aonde vamos? O que estamos fazendo na Terra? Estas são algumas das questões respondidas pela falange do Espírito de Verdade. 
2.     O Livro dos Médiuns: teve seu lançamento em 1861. Nele, Allan Kardec mostra os benefícios e os perigos da mediunidade, ou seja, o canal que liga o homem encarnado ao mundo espiritual. Demonstra que embora todos os seres vivos possuam esta abertura de contato, há aqueles que a têm de uma forma mais abrangente. Kardec e os Espíritos superiores alertam sobre a sutileza desta faculdade, para que uma pessoa possa contatar os Espíritos sem ser prejudicada por entidades maléficas, descontrolando sua mediunidade. 
3.     O Evangelho Segundo o Espiritismo: editado em 1864, esta obra pode ser entendida como a parte moral da Doutrina Espírita. Nela, Kardec e os Espíritos superiores comentam numa linguagem acessível as principais passagens da vida de Jesus. Explicam suas parábolas e demonstram a grandiosidade do Mestre nos seus ensinos, dando-nos, além disso, conselhos importantes sobre nossa conduta diária frente às dificuldades e dúvidas da vida. 
4.     O Céu e o Inferno: Kardec lançou este livro em 1865. Através da evocação dos Espíritos de pessoas das mais diferentes classes sociais, crenças e condutas, demonstra-nos como foi a chegada e a vivência espiritual destes seres após o seu desencarne. Rainhas, camponeses, religiosos, assassinos, ignorantes e intelectuais são alguns dos que contam o que os aguardava depois de suas atitudes terrenas e como poderão ser suas vidas futuras. 
5.     A Gênese: nesta obra, de 1868, Kardec explica a Gênesis Bíblica, a formação do Universo, demonstrando a coerência da mesma quando confrontada com os conhecimentos científicos, despida das alegorias próprias da época em que foi escrita. Expõe o que são os milagres, explicados pelas leis da natureza, produtos da modificação dos fluidos que nos cercam. Enfim, faz a religião e a ciência caminharem juntas, fortalecendo a fé dos que crêem em Deus.

              Fatos que Precederam o aparecimento do Espiritismo


As irmãs Fox e o fenômeno de Hydesville
O ano é 1848. Em um vilarejo localizado no estado americano de Nova York, nos Estados Unidos, havia uma família de sobrenome Fox. Fenômenos estranhos aconteciam ao lado das adolescentes moradoras daquele lar. As irmãs Kate e Margaret Fox produziam a manifestação de barulhos diversos em sua casa, parecendo que forças do invisível tentavam de alguma maneira comunicarem-se com o mundo material. Através destas meninas, este fato sobrenatural transformou-se em atração, ao ponto das mesmas estabelecerem com o ser comunicante um tipo de código, onde uma pancada na parede significaria uma resposta afirmativa às perguntas feitas. Já duas pancadas, significariam uma negativa, além de outros sinais, que poderiam formar frases inteiras. Os curiosos acabaram por descobrir que aquela manifestação era o Espírito de uma pessoa que havia vivido, quando encarnado, na casa dos Fox. Seu nome fora Charles Rosma, e seus restos mortais, até então desaparecidos, estavam enterrados no porão do local. Esta descoberta fascinou muitas pessoas, despertando o interesse sobre o mundo espiritual.
Quanto às irmãs Fox, que não aproveitaram a oportunidade de suas faculdades de contato com o mundo espiritual, para buscar novos conhecimentos, acabaram, depois de adultas, por desacreditar no invisível, sem conseguir dar explicações mais plausíveis do que a existência do Espírito e sua possibilidade de comunicação com os homens.

As mesas girantes
      
                                               
França, 1850: no início deste ano, surgiu no país europeu uma brincadeira que atraía nobres da sociedade parisiense. Acostumados às festas de salões, muitos franceses passaram a divertir-se com as chamadas "mesas girantes ou falantes".
Tratava-se de mesinhas redondas, sobre as quais certas pessoas colocavam suas mãos e instantaneamente estes móveis começavam a girar e dar saltos, sem que ninguém fizesse alguma força.
Tudo parecia um fenômeno magnético, ou seja, produto de algum tipo de poder mental dos que se dispunham a brincar. O fenômeno então começou a ganhar proporções maiores e espalhou-se por outros países da Europa, chegando também na América. Desenvolveu-se uma forma de "conversar" com as mesinhas. Através de pancadas no chão, produzidas com os pés do objeto, formou-se um código alfabético, onde uma pancada seria a letra a; duas, a letra b, e assim sucessivamente. Basicamente, as perguntas eram sobre futilidades, que em nada ajudavam a entender o que estava ocorrendo.
Foi então que uma senhora, chamada Emília de Girardim, veio a desenvolver um método de contato, que consistia de uma mesa que se movia ao redor de um eixo, lembrando uma roleta. Sobre a mesa, letras do alfabeto eram colocadas em círculos, além de números e os termos sim e não. No meio desta circunferência, havia uma agulha ou mesmo um ponteiro metálico, e então as pessoas envolvidas colocavam suas mãos sobre a borda da mesa. O móvel passava a girar, parando sob o ponteiro metálico a letra do alfabeto que viria a formar uma frase desta força invisível.
No decorrer dos questionamentos feitos ao fenômeno, descobriu-se que o mesmo era produzido por Espíritos que habitavam o mundo espiritual. Porém, ninguém tirou desta surpreendente descoberta a utilidade que ela trazia.

                                                               Bibliografia de Kardec
Obras Didáticas:
O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, dentre os quais destacam-se:
• 1824 - Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família
• 1828 - Plano proposto para melhoramento da Instrução Pública
• 1831 - Gramática Francesa Clássica
• 1846 - Manual dos exames para os títulos de capacidade
• 1846 - Soluções racionais das questões e problemas da Aritmética e da Geometria
• 1848 - Catecismo gramatical da língua francesa
• 1849 - Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona
• 1849 - Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas
Obras Espíritas:
As cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo são:
• O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de abril de 1857;
• O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em janeiro de 1861;
• O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864;
• O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865;
• A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em janeiro de 1868.
Além delas, Kardec publicou mais cinco obras complementares:
• Revista Espírita (periódico de estudos psicológicos), publicada mensalmente de 1 de janeiro de 1858 a 1869;
• O que é o Espiritismo (resumo sob a forma de perguntas e respostas), em 1859;
• Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo Livro dos Médiuns; publicada no Brasil pela editora O Pensamento)
• O Espiritismo em sua expressão mais simples, em 1862;
• Viagem Espírita de 1862 (publicada no Brasil pela editora O Clarim).
Após o seu falecimento, viria à luz:
• Obras Póstumas, em 1890.
Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:
• O principiante espírita (pela editora O Pensamento)
• A Obsessão (pela editora O Clarim)
Citações:
• “A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação.” (O Céu e o Inferno, Primeira Parte, cap. 2)

• “Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subseqüentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.” (A Gênese, Capítulo I, item 14)

• “(…)o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor. O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que não tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque esses laços são perecíveis, ao passo que os do Espírito são eterno. Esses laços, uma vez bem compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e mais tarde sobre a Legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essa anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje…” (Revista Espírita 1861, pág. 297-298)

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